quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Nono Bepe


"...até parece que foi ontem. Meu avô gostava de tocar a sua sanfona no quarto, sozinho. O quarto estava sempre escuro, para ele não fazia diferença pois era cego. Mas tinha um sexto sentido, pois a gente, os meninos, ficava testando este sentido dele: entrávamos totalmente em silêncio no quarto, pé por pé, e tocando a sanfona, concentrado na música, era impossível saber que estava sendo vigiado. Mas de repente parava bruscamente de tocar: - quem está aí? - perguntava em tom elevado demonstrando um misto de preocupação e irritação. Mas nós deixavámos escapulir as gargalhadas e corríamos para fora. Mas nem sempre era assim. Às vezes entrava sozinho no quarto enquanto ele tocava. Queria apreciá-lo tocando a sanfona, mas não adiantava, invariavelmente ele parava e questionava o intruso. Que merda de sentido..."


Texto de Luiz Carlos Chiquetto

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Bepe e Rosa

Estes são os meus avós, Rosa (de quem eu herdei o nome) e José (Bepe, como era conhecido).

José Chiquetto, filho de Ângelo e Amália, e Rosa Saran se casaram em Tabapuã em 10/09/1921. Ela era filha de Lourenço Saran e Ângela Fachin e nasceu em Ribeirão Preto (SP).

Eu cresci ouvindo as histórias da vida dos dois, mas principalmente de minha avó Rosa. Creio que pela vida difícil que minha avó enfrentou, ela demonstrava uma certa mágoa quando falava do passado. Ela contava que queria se casar com um português, mas a família não deixou e a obrigou a se casar com o meu avô. Dizia também que a sua mãe era de família rica (Fachin), mas que nada tinha herdado, porque era costume apenas os filhos homens serem herdeiros.

Tiveram sete filhos: Pedro, Ângela (Nena), Luzia (Lucia), Antonia (Nica), Orlando, Antonio (meu pai) e Aparecida (Cida). A tia Cida, a caçula,  nasceu no mesmo dia em que nasceu sua sobrinha Alda, filha mais velha da tia Ângela. Ou seja, mãe e filha deram à luz no mesmo dia.

Outro fato marcante na história da família é que meu avô Bepe ficou cego quando os filhos caçulas ainda eram crianças. Ele foi perdendo a visão pouco a pouco e quase não havia recursos para tratamento da doença. Minha tia Cida lembra que, quando ela tinha por volta de 10 anos, ele enxergava vultos. Nessa época, ela ficou muito doente, sofreu um desmaio e o meu avô, com o susto, ficou completamente cego.  Por causa dessa doença, a tia Cida ficou 9 meses internada no Hospital das Clínicas de São Paulo.

A vida deles não foi nada fácil. Sempre morando e trabalhando na roça, eles viveram em alguns municípios como Monte Aprazível, Macedônia, Nhandeara, Sebastianópolis do Sul e Votuporanga. Tiveram 26 netos.

sábado, 10 de outubro de 2009

Começar de novo

Após longo silêncio, volto a escrever. Hoje eu quero apenas falar sobre a emoção de escrever este blog.

sábado, 21 de março de 2009

Entremontes









QUADRO DE ENTREMONTES



Após nove anos vivendo em fazendas de café da região de Amparo e Pedreira(SP) desde que chegaram ao Brasil em 1886, Constante Cecchetto e seus filhos Pietro, Silvestro e Davide conseguiram erguer, por volta de 1895, um sobrado em Entremontes, aonde abriram um armazém de secos e molhados. Moravam todos juntos no andar de cima e o armazém funcionava no térreo.



Entremontes é um bairro de Pedreira/SP, localizado na zona rural; a estrada que passa por Entremontes liga a cidade de Pedreira à cidade de Amparo. Em minhas pesquisas na Internet descobri que Entremontes era muito próspero no século XIX (existia até telefone no local, o que na época era raro). Decaiu na época da crise do café, no século XX. Interessante é que Entremontes surgiu antes da cidade de Pedreira; na verdade pertencia à cidade de Amparo, tanto que a Rosa Chiquetto conseguiu documentos de nossos antepassados na Cúria de Amparo.


O quadro acima está pendurado na parede da casa de minha mãe desde que me conheço por gente; foi pintado por meu tio Carlo Marchetto, marido de minha tia Regina Chiquetto, que era neta de Pietro Cecchetto e Regina Piovesan. Ele retrata o bairro de Entremontes, mas a data é desconhecida, porque não sei se na época meu tio pintou "ao vivo" ou através de uma foto antiga. Atualmente a Igreja ainda existe.
Alguém tem mais informações sobre Entremontes? Seus pais ou avós ou bisavós lembram-se de alguma história "contada" pelos antepassados? Gostaríamos muito de conhecer mais histórias sobre a época!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ângelo e Amália e seus descendentes

Notas:

1 - Não tenho o nome da esposa e descendentes do Guilherme. Há informações de que ele se mudou para Campinas e depois retornou para Votuporanga, cidade onde se concentrava a maioria dos descendentes do Ângelo.
2 - Nada sei do Anísio, que era chamado de Nísio pela família.
3 - Tenho informações de que o Guerino e Nair tiveram dois filhos, mas tenho apenas o nome do Moacir. (Ficarei aguardando a informação)
4- Por volta do ano de 1980, estive na casa da tia Albina, em Santa Fé do Sul, mas depois não tivemos mais contatos e também não tenho o nome dos filhos. Dos irmãos do meu avô Bepe foi a que tive mais contato durante a minha infância, porque ela era sacoleira (na época era chamada de "mascate") e vendia seus produtos na zona rural de Paranaíba (MS), cidade onde cresci.

Ângelo e Amália

Ângelo Ceccheto ( filho de Pedro) e Amália Zanellato, meus bisavós, se casaram no dia 19/02/1898 em uma paróquia de Amparo, provavelmente em Entremontes. Nos registros da Curia seus nomes estão grafados examente como escrevi.
Ali também batizaram seu primogênito José, meu avô, em 14/01/1899. No registro do batizado consta que o menino tinha 45 dias, o que me leva a acreditar que meu avô nasceu no final de novembro, embora no seu casamento no registro civil de Tabapuã ele tenha declarado ter nascido em 27/08/1899.
Tanto o casamento de meus bisavós quanto o nascimento de meu avô não foram localizados nos cartórios de Pedreira ou de Amparo, por isso não consegui descobrir em que momento o nome Cecchetto se tornou Chiquetto.
Ângelo e Amália tiveram mais nove filhos, além de meu avô José: Paulo, Fioravante, Cesário, Guilherme, Regina, Anísio, Guerino, Albina e Nilde. Sendo que o mais velho era o José e a caçula, Nilde. Não temos certeza da ordem de nascimento dos demais.
Ângelo faleceu na década de 1940 e foi enterrado em Sebastianópolis do Sul, bem próximo de Votuporanga, cidade em que foi sepultada sua esposa, cujo falecimento se deu por volta de 1959.

sábado, 7 de março de 2009

Os descendentes de Pedro - II

Como já escrevi neste blog, Pedro Chiquetto veio casado com Regina Piovesan e também vieram dois filhos do casal: Ângelo e Valentim. Em Entremontes, perto de Pedreira (SP), nasceram os demais: Jacob, Santo, Antonio, Constante e Augusto.
Consta nos registros da Curia de Amparo que Pedro Cecchetto e Regina Piovesan batizaram seu filho Giácomo no dia 18/09/1893, o que me leva a crer que o Jacob era Giácomo para a família.
Jacob casou-se com Esperança e tiveram um filho, Oswaldo. Sobre ele, Fátima relata neste blog:
Este Oswaldo – filho de Jacob - já faleceu há alguns anos, e senti muito porque o conheci desde quando eu era criança, já que nas férias sempre íamos passar alguns dias no sítio do meu tio Oswaldo em Entremontes (aquele sítio cujo terreno situa-se exatamente no mesmo local aonde a Família de Constante Chiquetto, vinda da Itália, construiu o sobrado por volta de 1895). O sítio do Oswaldo, filho do Jacob, era encostado ao do meu tio, e bem maior, então na verdade tínhamos um espaço muito grande para passear e brincar! Lembro também que eu gostava muito de ouvir as serestas que ele tocava, na época, com seus amigos – ele tocava sanfona (ou melhor, acordeom). E, quando assisto ao programa do Rolando Boldrin na TV Cultura, parece que estou vendo o Oswaldo contando aquelas histórias... ele tinha o mesmo jeito gostoso de conversar e contar “causos” interessantes... E se não fosse pelo Oswaldo, provavelmente não saberíamos nada sobre a história de nossa família. Sua filha Paula era nossa companheira de brincadeiras pelos sítios afora; hoje ela é enfermeira, e trabalha na região (não me lembro se está trabalhando em Amparo, Pedreira ou Jaguariúna).

O filho Valentim casou-se com Helena, tiveram os filhos Ulisses e Artur. O primeiro casou-se com Carolina e seus filhos: Therezinha e Zezinho. Artur casou-se com Catarina e tiveram Heleninha.



Foto de Valentim com Helena e os filhos Ulisses e Artur

Quanto ao filho Augusto, temos dúvida se também era filho de Regina ou da segunda esposa, Carlota. Regina Piovesan morreu por volta de 1900.
Em relação ao filhos Santo e Constante, até o presente momento, não temos outras informações a acrescentar àquelas da árvore.




Foto de Constante com a esposa Albina e os filhos Regina, Antonio e Amália, tirada em Tabapuan em 31/01/1926

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

LUTO

Abro um parentêse na história do passado para registrar um fato presente. Nesta madrugada faleceu o primo Adeval Marconsin. Ele é filho de Ângela Chiquetto Marconsin, neto de José Chiquetto e bisneto de Ângelo Chiquetto (um dos filhos de Constante). Deixa a esposa Zilda e os filhos José Manoel e Sandra. Até breve, meu primo!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Silvestre Chiquetto




Silvestre veio solteiro para o Brasil e aqui se casou com Rosa, em 27/11/1887, em Entremontes, região de Pedreira (SP).
Após a falência do armazém de secos e molhados, se mudou com a família para a cidade de São Paulo. Faleceu em 19/11/1946, mesmo dia e mês da morte de seu irmão Pedro, só que 10 anos depois.
Acima a árvore genealógica de sua família, até a geração de seus netos e ao lado uma foto sua com a esposa Rosa.



sábado, 14 de fevereiro de 2009

Árvore genealógica - A família de Constante

























Obs: 1) Não consta a esposa do Constante por não termos conhecimento de seu nome. Tudo indica que ele chegou viúvo ao Brasil.

2) O Giácomo foi para o Rio Grande do Sul e não se teve mais notícias dele.

3) Supõe-se que foi para São Caetano do Sul (SP).

4) Sabe-se apenas que se casou com Antonio Montagne e não se teve mais notícias.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Os descendentes de Silvestre e David

Como já escrevi, a publicação deste blog só está sendo possível graças às informações que foram fornecidas pela prima Fátima. E ela nos conta histórias da família e de como conseguiu os nomes para montar as árvores genealógicas dos descendentes de Silvestre e David, filhos de Constante, que serão publicadas oportunamente:
"Consegui os nomes dos descendentes do Silvestre porque, tanto ele como meu avô Antonio, um dos filhos de Pedro, saíram de Entremontes e vieram direto para a cidade de São Paulo (não sei se vieram juntos ou separados; se na mesma época ou não); só sei que costumavam se visitar aos domingos. O Silvestre era irmão do Pedro, portanto tio do meu avô Antônio, que nasceu aqui no Brasil em Pedreira/SP, e, portanto, o Silvestre também era tio do Ângelo, irmão italiano do meu avô, e bisavô da Rosa Chiquetto, autora e idealizadora deste blog.
Minha mãe Therezinha Chiquetto Silva (nascida em 1938) e meu tio Waldemar Chiquetto têm até hoje a lembrança daquelas tardes gostosas de domingo, das brincadeiras com os “primos” (netos de Silvestre) e da chocolatada feita especialmente para eles (as crianças). O Silvestre e alguns de seus filhos, na ocasião todos já casados e com filhos, moravam no bairro da Quarta-Parada, bairro próximo à Mooca e os meus avós, no Belenzinho; então somente aos domingos conseguiam se encontrar.
A cidade não era como hoje, com inúmeras opções de lazer; então os parentes se visitavam sempre que podiam... Naquela época existiam pouquíssimos carros, então minha mãe se lembra que pegavam bonde ou ônibus para chegar ao bairro da Quarta-Parada. Minha mãe se recorda de que os homens ficavam jogando carta (provavelmente era truco, porque eles gritavam muito); as mulheres ficavam na cozinha conversando, fazendo bolos e a chocolatada; e as crianças ficavam fazendo “uma algazarra no quintal”. As crianças que brincavam sempre com minha mãe eram netos do Silvestre: a Wanda, o Zezinho e a Rosinha (pequenina), que eram filhos do José (apelido= Pino: acredito que de “Joshephino”), que era casado com Ermida, casal este que eram os padrinhos de minha mãe; e também a Zita, (Luiza), a Therezinha e a Alaíde, filhas de Luiz, casado com Angelina. Encontravam mais esporadicamente, também, a família de Elvira (casada com Marcial de Rio), e seus filhos Marcial del Rio (pintor), José del Rio, Waldemar del Rio, Ilda del Rio e Inês del Rio. Encontravam-se também de vez em quando com a família de Adelaide (casada com Antonio Pachieli), e os filhos Inês, Marcílio, Lídia e Toninha; com a família de João (casado com Elisa), e os filhos Elza, Armando e Augusto; e as famílias de Marieta (casada com Pedrinho Pavan) e sua filha Linda; e, finalmente, a família de Angelina (casada com Luiz Carnavale), e seus filhos Filomena, Rosina, Chiquinha e Severino. Minha mãe acha que estes dois últimos casais foram morar em Campinas, mas não sei a informação é verdadeira. Tomara que algum Chiquetto se “ache” nesta história!!!"

Consegui os nomes dos filhos de David, através das anotações do primo da minha mãe, Oswaldo, que morava em Entremontes (sobrinho do bisavô da Rosa Chiquetto, o Ângelo, e do meu avô Antônio). Este Oswaldo – filho de Jacob - já faleceu há alguns anos, e senti muito porque o conheci desde quando eu era criança, já que nas férias sempre íamos passar alguns dias no sítio do meu tio Oswaldo em Entremontes (aquele sítio cujo terreno situa-se exatamente no mesmo local aonde a Família de Constante Chiquetto, vinda da Itália, construiu o sobrado por volta de 1895). O sítio do Oswaldo, filho do Jacob, era encostado ao do meu tio, e bem maior, então na verdade tínhamos um espaço muito grande para passear e brincar! Lembro também que eu gostava muito de ouvir as serestas que ele tocava, na época, com seus amigos – ele tocava sanfona (ou melhor, acordeom). E, quando assisto ao programa do Rolando Boldrin na TV Cultura, parece que estou vendo o Oswaldo contando aquelas histórias... ele tinha o mesmo jeito gostoso de conversar e contar “causos” interessantes... E se não fosse pelo Oswaldo, provavelmente não saberíamos nada sobre a história de nossa família. Sua filha Paula era nossa companheira de brincadeiras pelos sítios afora; hoje ela é enfermeira, e trabalha na região (não me lembro se está trabalhando em Amparo, Pedreira ou Jaguariúna).

E, foi justamente lá no bairro de Entremontes, que conheci pessoalmente dois netos de David, que ainda moravam lá na época: o Afonso (que faleceu logo depois do falecimento do Oswaldo Rizzo Chiquetto; ambos eram muito amigos) e a Augusta, ambos filhos de Maria que era filha de David. Provavelmente a Maria deve ter permanecido por lá quando o pai (David) foi para Rio Preto e o tio (Pedro) foi para Tabapuã! Talvez tenha ficado por ali (em Entremontes/Pedreira) porque já havia se casado e o marido era dali. (conclusão minha...). Conhecemos pessoalmente também a Tuca (que deve ter quase a minha idade), filha de Augusta. Elas não eram Chiquetto porque a avó Maria casou-se sem colocar seu sobrenome nos filhos...

E o Orlando Chiquetto estilista também está na árvore genealógica (neto do Gino) porque há anos o meu irmão encontrou-se com o pai dele numa loja de materiais de construção, em Osasco, em São Paulo; quando chamaram meu irmão pelo nome (Chiquetto) descobriram o parentesco, conversaram e meu irmão ficou sabendo que ele era descendente do David. Coincidências da vida!, dois Chiquettos se encontrando numa loja em Osasco!

Gosto muito destas histórias; me lembro que quando criança eu gostava muito de ir ao sítio do meu tio em Entremontes; eu sentia verdadeira atração pelo local porque sabia que era ali que nossos antepassados haviam vivido logo após chegarem da Itália. Meu tio Oswaldo também gostava muito deste local; tanto que, depois de muito visitar o Primo Oswaldo, resolveu comprar este sítio na década de 70, exatamente no local (no mesmo terreno) aonde Constante Chiquetto e seus filhos haviam construído o primeiro sobrado que abrigou a Família Chiquetto!!!!!! Já faz dois anos que eu não apareço por lá; tenho saudades daquela vista, de deitar na rede e ficar admirando a bela paisagem na varanda...

E aí, naquele local, admirando a bela paisagem da varanda, a imaginação corria solta: de apenas uma pessoa (o Constante - e sua esposa, claro!), saíram tantos Chiquettos!!!!! Como seria o nome da esposa do Constante? Será que ele veio já viúvo ao Brasil???? E se o Constante, o Pedro, o Silvestre e o David não tivessem tido a coragem de vir ao Brasil, se tivessem permanecido na Itália, aonde estaríamos todos nós???? Simplesmente nem existiríamos!!!! Meu avô, por exemplo, não teria conhecido minha avó, que, apesar de ser italiana, só conheceu meu avô aqui no Brasil!...

Espero ter contribuído para que algum Chiquetto se localize nesta história. Talvez, juntando com outras, consigamos completar nossas árvores genealógicas!”

Texto escrito por Maria de Fátima Chiquetto da Silva, em 08/02/2009, em São Paulo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pedro Chiquetto

Um dos filhos de Constante, Pietro Cecchetto, como consta no desembarque no Brasil, ou Pedro Chiquetto, como se tornou, veio casado com Regina Piovesan e também vieram dois filhos do casal: Ângelo e Valentim. Em Entremontes, perto de Pedreira (SP), nasceram os demais: Jacob, Santo, Antonio, Constante e Augusto.
Conforme informações que me foram passadas pela prima Fátima Chiquetto, Pedro ficou em Entremontes mesmo após a decadência do negócio da família, que tinham no sobrado. E meu tio Orlando se lembrou que o pai dele (meu avô José) contava que no sobrado moravam todos em cima e embaixo "tocavam" um armazém.

Em Entremontes, seu filho Ângelo se casou com Amália Zanelato e lá nasceu o filho mais velho do casal, José Chiqueto, meu avô. Também no sobrado de Entremontes faleceram Constante Chiquetto e Regina, esposa de Pedro.

Em 1919 foram para Tabapuã e alí se estabeleceram. Comercializando ovos e frangos, Pedro montou um moinho de fubá e o botequim, comprou também a casa em que morava e outros bens.

Não tenho informação de quais filhos de Pedro o acompanharam para Tabapuã. Mas tenho certeza de que para lá foram meus bisavós Angelo e Amália e os filhos do casal.
Pedro faleceu em 19/11/1936, na casa do filho Antonio, em São Paulo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Os filhos de Constante

Conhecer a origem da família no Brasil só está sendo possível graças à curiosidade de Fátima Chiquetto que, em 1991, pediu a Oswaldo Chiquetto Rizzo que lhe contasse tudo o que sabia sobre os ancestrais. E ela me disse o seguinte: "nas anotações de Oswaldo, há uma coisa interessante: os filhos de Constante não eram apenas Pedro, Silvestre e David! Havia mais três irmãos: o Giácomo, que foi para o Rio Grande do Sul; a Madalena, casada com Ártico e a Neta, casada com Antonio Montagne. Destes últimos três, não se sabia mais nada sobre os seus paradeiros."


Não consegui localizar no site do Memorial do Imigrante os nomes de Giácomo, Madalena e Neta. Pode ser que as hospedagens* tenham sido registradas separadas.
Em suma, pelas informações reunidas até aqui somente será possível relatar sobre os descendentes de Pedro, Silvestre e Davi.
(*) Apenas para conhecimento dos mais novos, os imigrantes que desembarcavam no Porto de Santos ficavam na hospedaria em São Paulo, que hoje é o Memorial do Imigrante. E como informa o site: "Após a cansativa viagem, os imigrantes ficavam na Hospedaria por até oito dias. Em geral esse prazo era suficiente para que acertassem os seus contratos de trabalho. Nesse período utilizavam gratuitamente todos os serviços disponíveis. Lá eles dormiam, faziam as suas refeições, recebiam atendimento médico e conseguiam seus empregos."

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O começo de vida no Brasil

Transcrevo anotações feitas em 1991 por Oswaldo Chiquetto Rizzo, bisneto de Constante (ou Costante):
"Contavam que o nome da família era Bonetto. Deram uma festa dispendiosa na Itália, então os vizinhos diziam que haviam aberto "El cecchetto" = um cofre em que se guardava o dinheiro, e passaram a ser chamados de Cecchetto. No Brasil passou para Chiquetto.
Constante Chiquetto e seus filhos chegaram a São Paulo em 1886, procedentes de Treviso, Itália (embarcaram em Porto Groaro). Da imigração, vieram para a Fazenda Recreio, hoje pertencente ao Beira. O proprietário chamava-se Siqueira, carrasco para os escravos. Foram recebidos na senzala. Serviram angú em um cocho e que devia ser comido com as mãos. Silvestre (um dos filhos de Constante) pegou um punhado de comida, atirou no teto e ninguém comeu. No dia seguinte, foram para a fazenda Azurem. Andaram trabalhando pelas fazendas da vizinhança (de Pedreira/SP).
Por volta de 1895, construíram um sobrado em Entremontes, que atualmente é bairro de Pedreira, mas antigamente pertencia a Amparo. O sobrado ficava no terreno onde hoje está a casa do Oswaldo, que mora em São Paulo e tem o sítio desde a década de 1970. No sobrado moravam todos juntos. Estabelecidos com armazém de secos e molhados, não chegaram a progredir ali. Com a decadência do negócio, separaram-se (moravam em 42 pessoas na época da separação)."

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Ancestrais imigrantes: os Cecchettos

O ramo da família Chiquetto a qual eu pertenço teve início com a chegada de Costante Ceccheto ao Brasil. Ele veio acompanhado de seus filhos Pietro, Silvestro e Davide (ou Davi), da nora Regina Piovesan, esposa de Pietro, e dos netos Ângelo e Valentino.

Estes nomes constam no registro da hospedaria do Memorial do Imigrante, cujo site pode ser consultado on-line.

Estes são os dados da família de Costante (ou Constante) Cecchetto:



Obs: O nome do Davide aparece sozinho na listagem inicial


Não sei em que momento o nome Cecchetto (pronuncia-se Tchequeto) passou a ser grafado como Chiquetto, provavelmente ao registrar os filhos nascidos no Brasil. Esta é uma das perguntas para a qual pretendo encontrar a resposta.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Olhando o passado

Hoje é possível registrar todos os momentos importantes da vida, através de fotos, filmes, blogs, etc. Com o avanço da tecnologia, fazemos isso rotineiramente. E, com um pouco de cuidado, esse material ficará guardado para consulta das futuras gerações de nossa família.
Mas e o passado? Poucos são o que mantém registrados os momentos e as pessoas. Porque há 50 anos atrás, por exemplo, era muito raro ser fotografado. A não ser em uma ocasião especial, como o casamento. E, sem registros, a história pode acabar sendo esquecida com o desaparecimento dos mais velhos.
Por isso, resolvi montar este blog para reunir informações sobre os meus ancestrais e contar um pouco da história de parte da família Cecchetto, que veio da Itália e aqui se tornou Chiquetto.
Para conseguir este objetivo conto com a colaboração de todos que saibam de algo ou que tenham foto de algum antepassado, que possa ser publicada.